Para uma geopolítica autóctone e cultural do desenvolvimento

A ajuda para o desenvolvimento, até à presente data, neste arquipélago, decerto ponto de vista foi sempre uma “camuflagem”, um verdadeiro investimento de médio a longo prazo por parte dos pressupostos benévolos países doadores, uma falsa generosidade à custa dos contribuintes desses países “generosos”. 
Liñas de investigación Observatorio Galego da Lusofonía
Apartados xeográficos África
Idiomas Portugués
A ajuda para o desenvolvimento, até à presente data, neste arquipélago, decerto ponto de vista foi sempre uma “camuflagem”, um verdadeiro investimento de médio a longo prazo por parte dos pressupostos benévolos países doadores, uma falsa generosidade à custa dos contribuintes desses países “generosos”. 

Aqui, em Cabo Verde, a ajuda, observando alguns indicadores e ações “contratos” faz-nos chegar á conclusão que o processo comprou influências e comportou condições humilhantes: exigência de prática de boa governação, obrigatoriedade de respeito dos direitos humanos fundamentais, etc. (não sou contra essas ideias, mas sim contra a imposição como condição necessária…), a obrigatoriedade, por exemplo, no caso do projeto “Casa para Todos”, da presença de empresários portugueses e materiais de construção a serem adquiridos, em Portugal… preservando, pois, os interesses do país doador-emprestador, do capital, perdão “do investidor”, que cinicamente exporta, seu próprio negócio e dá emprego á sua classe empresarial, quando o montante, da ajuda empréstimo e dos juros, deverá, ser honrado por Cabo Verde, mas, estrategicamente, o país “investidor” faz valer sua imposição, como condição sine qua non… 

Aliás a história, de maneira geral, nunca rezou que houve país qualquer neste planeta terra, que desenvolveu-se graças à ajuda para o desenvolvimento… em Cabo Verde, devemos ser sempre nós mesmos os mestres do nosso destino e do nosso desenvolvimento, a ser realizada à nossa maneira e necessariamente deve-se atrair e envolver todas as forças vivas das nove ilhas e na diáspora, no processo… 

Se recuarmos três séculos atrás, quando os veleiros americanos da pesca da baleia recrutavam cabo-verdianos nesta aventura, inserido já no século XIX, Cabo Verde entra na modernidade da economia mundial. Esta primeira leva da emigração espontânea, de mão-de-obra nacional para os Estados Unidos, provavelmente os primeiros assalariados cabo-verdianos, esses primeiros crioulos da diáspora, graças às suas poupanças, que foram enviadas nas cartas ou em mãos, ajudaram, as suas famílias, aqui no país a enfrentarem as secas e mais dificuldades... Essas remessas económicas foram eficazes contra o abandono e a irresponsabilidade do colonizador em relação a Cabo Verde. 

Os primeiros emigrantes cabo-verdianos, cedo familiarizaram-se com os mecanismos, do capitalismo (católico-protestante) graças ao trabalho assalariado, os que regressavam à terra em férias traziam novidades e utensílios domésticos, com impacto no melhoramento da qualidade de vida, dos que ficaram e os emigrantes, aprenderam, o que o colono não teve capacidade de mostrar aos nativos, a saber, os mecanismos da produção, do comercio e da poupança, área onde até á presente data os americanos continuam superiormente máis fortes e muito mais eficazes, que os próprios portugueses e nesses tempos, a vida em Cabo Verde parecia ser quase impossível e sem esperança de mudança. Aparecerem casas novas e mais construções de infraestruturas mais modernas e mais confortáveis, e a afirmação de trabalho assalariado no território nacional, fez se valer. Se em tempos remotos houve nichos de desenvolvimento autónomos em Cabo Verde, hoje se houver vontade politica, realizaremos nós mesmos a nossa rota de desenvolvimento, estamos ativos na economia mundial, a industria turística, nacional, está a crescer e precisa ser diversificada e fidelizada, a nossa economia, nacional, precisa também, ser diversificada e relançada, em todas as ilhas habitadas, o tecido empresarial, deverá ser protegido e empoderado, revendo a imposição fiscal e os custos da energia e água, sem esquecermos de criar efetivamente, condições de atração do investimento direto estrangeiro (IDE).
 
As remessas da diáspora, que continuaram sempre até a presente era, atuam, de maneira potencial, no crescimento e desenvolvimento de Cabo Verde, mas elas deviam ser transformadas em investimentos e a informalidade deve necessariamente transitar definitivamente para o processo formal e na presente época de sociedade da nova tecnologia de informação, comunicação, robótica e inteligência artificial, Cabo Verde, poderá, graças á integração socioeconómico da juventude das nove ilhas, hoje, mais bem formada e competente que as gerações precedentes, criar, seguramente, melhores oportunidades de mudança e de desenvolvimento, mais adequado á nossa realidade geopolítica, cultural social e económica.