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Vozes de África

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Contudo, por mais que se oculte ou que não se divulgue, é sabida a existência de uma outra África, na qual se destacam iniciativas, oportunidades […], onde se promove o conhecimento, a tolerância, a cultura de paz, da democracia, da liberdade, dos valores culturais ou simplesmente uma África que busca sua identidade, sobretudo na promoção da solidariedade para as futuras gerações. (Foto: O Miradouro da Lua, situado nos arredores de Luanda, é uma formação de falésias que permite uma vista incrível sobre o mar angolano).
 

Infelizmente no mundo actual, particularmente nas sociedades em que vivemos, reina e de uma forma generalizada, uma péssima ideia sobre África, sobre os africanos e mais ainda, sobre os verdadeiros ideais que alimentam a razão de todo um povo “africano”. Na maioria das vezes, o cidadão “jovem” ocidental cresce, termina o liceu, sem que nunca tenha tido a oportunidade de puder aprender ou tomar conhecimento de outras culturas, outro povo, com realidades parcialmente diferente da do padrão europeu, cujas diferenças vão desde o padrão cultural, social, político ou ate mesmo económico, para não fazer valer factores relevantes como o contexto geográfico, e ambiental.

Infelizmente e por culpa desse sistema, muitos desses jovens, quando têm a oportunidade de ver e/ou ouvir falar de África, não ouvem e nem vêem outra coisa, senão, aquilo que inocentemente lhes é transmitido através da imprensa, “África conhecida pelo mal”. Mal este que é resultado de ressentimentos de índole histórica e política que infelizmente faz parte do quotidiano tanto dos próprios africanos como de outros povos que de uma ou de outra maneira foram envolvidos sem que para tal tenham tido oportunidades de se pronunciar, e mais ainda, sem que lhes fosse dado o direito de escolher seu próprio destino.

Infelizmente, no nosso quotidiano, constatamos que quando se têm a oportunidade de falar de África, não se fala de outra coisa, senão aquela Africa em que se procura valorizar os aspectos negativos, ou simplesmente África do mal. Como resultado desse sistema, para muitos jovens Ocidentais, África é um “país/continente” de tragédia, onde reina anarquia, a miséria, a seca, a fome, a nudez, calamidades…, tendo como agravante a ideia de que os porta vozes de África são na sua maioria analfabetos, corruptos, sanguinários, ignorantes, anarquistas, intolerantes e tudo fazem para fazer valer os dez mandamentos de Maquiavel como forma de promover seus regimes corruptos e autoritários.

É de todo importante salientar que África não se resume apenas naquilo que nos é transmitido através dos mass média, nem tão pouco se trata de continente do mal, como nalguns casos, temos tido a infelicidade de ver retratado por alguns interesses particulares e/ou governamentais.

Hoje escrevo, porque são “insuportáveis” as inúmeras questões que directa ou indirectamente me são direccionadas e entretanto, gostaria de ter respostas para tantas! De todas as formas, ficam muitas outras questões que oportunamente terei prazer de abordar.

De todas as formas, e para muitos de nós, não constitui e nem constituirá novidade o facto de reafirmar “com toda a vivacidade” que existe uma África, totalmente diferente da que estamos habituados a ver ou ouvir nas imprensas Ocidentais, uma África diametralmente oposta e desconhecida aos olhos e ouvidos de muitos que procuram fazer prevalecer o espírito de indiferença ou ignorância. Contudo, por mais que se oculte ou que não se divulgue, é sabida a existência de uma outra África, na qual se destacam iniciativas, oportunidades […], onde se promove o conhecimento, a tolerância, a cultura de paz, da democracia, da liberdade, dos valores culturais ou simplesmente uma África que busca sua identidade, sobretudo na promoção da solidariedade para as futuras gerações.

Mais do que nunca, o século XXI, trouxe consigo grandes desafios para África e não só, como também para a comunidade internacional na medida em que a tragédia africana está atingir proporções excitantes. Contudo, cabe a cada um de nós, apelar a consciência no sentido de sensibilizar esforços para provocar reflexões positivas por parte de comunidade internacional com vista a solucionar o problema de África que por sinal é um problema histórico, politico, cultural, económico e social, que de certo modo foi herdado das antigas potencias colonizadores (hoje países do Norte).

A nós, juventude africana, cabe-nos a difícil tarefa de fazer-mos ouvir nossas vozes, convicções, no sentido de fazer prevalecer os nossos ideias, promovendo a cultura do dialogo, da solidariedade e naturalmente dedicar-mos nossas energias para que possamos todos tirar proveito do fenómeno da globalização e da revolução tecnológica. Cabe-nos também a tarefa de concertar e concentrar esforços e capacidades para que possamos tirar melhor proveito da revolução tecnológica e obviamente resolvermos os problemas que afectam particularmente o nosso continente.

Também, é verdade que nós africanos, temos de ter a consciência de que a Paz, o Progresso e a Prosperidade, só chegaram ao nosso continente, se acreditarmos em nós próprios, nas nossas capacidades, potencialidades e sobretudo se tivermos iniciativas e vontade de ver-mos o nosso rico e património genético a lograr e portanto a servir de exemplo para o resto da humanidade.

Um dia África logrará, falará bem alto e estaremos todos orgulhosos por pertencermos aquela geografia genética.