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CPLP ganhou capacidade para transformar as potencialidades dos nove

A entrada de Espanha na CPLP (e a Galiza com ela!) no verão de 2021 pode abrir um novo mundo de oportunidades. A Lusofonia precisa federalização e uma nova Educação global.
Liñas de investigación Observatorio Gallego de la Lusofonía
Apartados xeográficos África

Em matéria de comunicação entre os cabo-verdianos, o peso simbólico e cultural da “língua portuguesa”, é controverso e não suscita paixões, o povo deste arquipélago de dez ilhas, (apenas nove são habitadas), utiliza e fala no quotidiano da sua vida, sempre a própria língua materna denominada, CRIOULO, em todo o território nacional. A constituição da nação cabo-verdiana, antecedeu a emancipação política, formalizada a 5 de Julho de 1975. A independência nacional desta pequena nação-ilhas contemplará seus 48 anos, neste ano atípico de 2023.

Atenção! Longe de nós a ideia de trazer ou veicular uma visão! “unilateralista”, de actor global descontraído e autónomo. Não podemos ignorar a posição geoestratégica e histórica, a pertença ao tropicalismo-africanismo e influencia europeísta, deste pequeno arquipélago do atlântico médio, que assume humilde e descomplexada seu “modus vivendis” cultural e existencialista, originária de várias latitudes.

Cabo Verde assume a LUSOFONIA, como um campo sócio cultural e político internacional de cooperação entre povos de várias culturas “heterogéneas que apagou”, entretanto é caso evidente cabo-verdiano, as cicatrizes colonialistas, mas, infelizmente, no “clube”, ainda não se consegue identificar um país matriz, “federador de ideias”, aspirando unir simbolicamente todos os membros do clube numa comunidade capaz de transformar as potencialidades de todos os 9 países numa comunidade de trocas comerciais e de facilitação de circulação de bens e pessoas, sem entraves. Todos os nove países juntos perfazem uma “comunidade-mercado” de mais de 240 milhões de cidadãos, um vasto campo sócio cultural e mesmo político intercontinental de cooperação entre povos de várias culturas heterogéneas semeado em todos os continentes formando idealmente um mercado por excelência, mas inactivo até estes primeiros dias deste ano de 2023 e permanecendo, na área de circulação intensa de pessoas, bens e serviços ainda fraca, para não dizer em “stand by”…

Sim a LUSOFONIA é um abraço às diversidades, com os ritmos musicais da Morna, Tabanka, Funana, Fado, Samba, o exotismo dos países asiáticos, Semba e mais outros ritmos… Ela é mais que uma tentativa de reaproximação dos nove países do clube, espalhados, pela África, Europa, Ásia, América do Sul que praticam e difundem a língua “portuguesa” e que aproximando-se, mais, podem criar um mercado de milhões de pessoas com potencialidades em áreas diversas. O factor e sinergia principal da comunidade neste século incerto de XXI deveria inclinar-se mais para a prioridade geoestratégica de ganhos socioeconómicos para todos os membros do “clube”.

A “LUSOFONIA” tem tudo para dar certo, através da sua instituição mai representativa, a CPLP (Comunidade dos Países de Língua oficial Portuguesa) que deve agregar, os valores de justiça social local e global, paz, solidariedade, equidade e igualdade, sustentabilidade do planeta, inclusão, direitos humanos, diversidade e cooperação internacional. Enfatiza a interligação entre as dimensões locais e global dos problemas que afectam as pessoas dos países membros, os outros povos, os seres vivos e o planeta, preparando e legando tudo de melhor para as futuras gerações de todos os cidadãos do mundo da LUSOFONIA, em especial,

Acreditando que a primeira “Globalização” teve como origem ou foco principal a “LUSOFONIA”, defendemos a tese que tudo começou com as “… grandes navegações portuguesas dos séculos XV e XVI …”. principio que com todo o rigor, podemos denominar de acção, “euro-africa-asianização”, baseada na emergência arcaica de um sistema comercial integrado da Europa, África e da Ásia!! Embora não sendo uma interconexão global…

Para-se chegar obviamente a prodigiosas riquezas dos países do sol nascente era necessário criar novas rotas marítimas: Uma seria navegar para o sul contornando a África no sentido “anti-horário”, esperando assim chegar às costas arábicas e, dali, à Índia: era na época pura conjectura. , numa época em que na Europa não se sabia quase nada das costas africanas além do Magreb e as costas marroquinas. A outra rota, mais ousada ainda, seria navegar em direção ao oeste para “cair” por assim dizer, directamente e pelo leste, na China e nas Índias…

Duas potências marítimas européias da época, Portugal e Espanha, testarão cada uma dessas hipóteses para seu próprio benefício…Chegando a e colonizando parte dos mais países denominados “descobertos”. Hoje, em Fevereiro de 2023 afinal a LUSOFONIA ou a CPLP tornou-se mais forte com a aderencia da Espanha, com o estatuto de membro fr “observador associado”, mais prestigio e impacto internacional, a proximidade linguista e geografica, deste novo membro, garante, na minha modesta opinião, maior força geoestratégica e credibilidade a todos os pontos de vista á LUSOFONIA e todos os seus membros sobretudo na cena internacional….

Hoje em pleno século XXI a “LUSOFONIA-CPLP” e o mundo inteiro, vivem uma transformação sem precedentes acelerada pelas complexidades e desafios globais que todos os países e nações deste planeta Terra enfrentam, depois da pandemia. “Covid -19 “ 2020” e mais recentemente com a guerra na europa, (2021)… estamos todos, neste planeta em “crise” até a presente data dos primeiros dias de “Fevereiro de 2023”.

Alguns desafios, e até ameaças, que exigem respostas em mãos comuns em nível planetário, confirmam que a educação pode actuar como uma alavanca essencial para mudanças positivas, como aliás, destaca a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Em 2022, instituiçoes internacionais e organizações da sociedade civil, governos locais e regionais e organizações internacionais no mundo inteiro, concordaram em aprovar o projecto denominado, Declaração de Dublin sobre Educação Global para 2050.

Cabo Verde aderiu e pelas suas regras e objectivos, a CPLP, seguramente, segue este alinhamento, porque: A “Educação Global” permite que as pessoas reflitam criticamente sobre o mundo e seu lugar nele; abrir seus olhos, corações e mentes para a realidade do mundo local e globalmente. Capacita as pessoas a compreender, imaginar, esperar e agir para construir um mundo com justiça social e climática, paz, solidariedade, equidade e igualdade, sustentabilidade planetária e cooperação internacional. Inclui respeito aos direitos humanos, diversidade, inclusão e uma vida digna para todos, agora e no futuro. A “Educação Global” abrange uma ampla gama de atividades educacionais: formal, não formal, ao longo da vida e para toda a vida. E a consideramos essencial para a transformação da educação e o desenvolvimento de seu poder transformador…